(Ah, os rostos sentados
numa sala de espera.Um "Diário Oficial" sobre a mesa.
Uma jarra com flores.A xícara de café, que o contínuovem, amável, servir aos que esperam a audiência[marcada.
Os retratos em cor, na parede,
dos homens ilustres que exerceram,
já em remotas épocas,o manso ofício
de fazer esperar com esperança.E uma resposta, que sempre será a mesma: só amanhã.E os quase eternos amanhãs daqueles rostos sempre[adiados
e sentadosnuma sala de espera.) Mas eu prefiro é a rua.A rua em seu sentido usual de "lá fora".Em seu oceano que é ter bocas e pés
para exigir e para caminhar.A rua onde todos se reunem num só ninguém coletivo.Rua do homem como deve ser:transeunte, republicano, universal. Onde cada um de nós é um pouco mais dos outros
do que de si mesmo.
Rua da procissão, do comício,do desastre, do enterro.Rua da reivindicação social,
onde mora o Acontecimento.
A rua! uma aula de esperança ao ar livre. De Cassiano Ricardo (sala de espera) - para todas as nossas esperanças e desejos de mudança do lado de fora. Uma doa dose de ânimo poético para enfrentar e participar da rua de nossos dias.
E a foto é minha, com as crianças correndo e construindo a realidade que se apresenta nos arredores da chácara.
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