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Bernardo é quase árvore
Só por esse poema do Manoel de Barros, que descobri recentemente, teria escolhido o nome do meu filho.
Ele caiu como uma luva no meu amor de mãe, iluminando o brilho dos meus olhos ao ver meu pequeno homem forte como um urso.
Bernardo é quase árvore.
Silêncio dele é tão alto que os passarinhos ouvem de longe.
E vêm pousar em seu ombro.
Seu olho renova as tardes.
Guarda num velho baú seus instrumentos de trabalho:
um abridor de amanhecer
um prego que farfalha
um encolhedor de rios – e
um esticador de horizontes.
(Bernardo consegue esticar o horizonte usando três fios de teias de aranha. A coisa fica bem esticada). Bernardo desregula a natureza:
Seu olho aumenta o poente.
(Pode um homem enriquecer a natureza com a sua incompletude?)
E na foto um momento que captei do meu Bernardo, misturando-se com a instalação de arte para crianças.
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