quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Hermético


Quem fala que sou esquisito, hermético
É porque não dou sopa, estou sempre elétrico
Nada que se aproxima, nada me é estranho
Fulano sicrano e beltrano
Seja pedra, seja planta, seja bicho, seja humano
Quando quero saber o que ocorre a minha volta
Ligo a tomada, abro a janela, escancaro a porta
Experimento tudo, nunca me iludo
Quero crer no que vem por aí, beco escuro
Me iludo
passado presente futuro
Viro, balanço, reviro na palma da mão o dado
Presente futuro passado
Tudo, sentir de todas as maneiras é a chave de ouro do meu jogo
É fósforo que acende o fogo da minha mais alta razão

de Jards Macalé/Waly Salomão
e na foto eu, Capi (no violão) e Luíza (comendo melancia).
Essa música me acompanha há bastante tempo, no rol das letras que me traduzem - um pouco. A primeira vez que ouvi, na voz do Macalé, senti um arrepio.
Como se quisesse dizer exatamente o que ouvia, por caber tão bem em mim.
Os poetas sabem - e como sabem, encontrar as palavras certas para trazer à tona sentimentos, sensações e questões que estão guardadas lá no fundo, e precisam sair.
Por isso usamos sua voz, e suas palavras, para soltarmos algumas coisas que não estão na superfície.
Eu uso. E faz um bem danado respirar ar puro.

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